
A manhã já foi parto de luz,
entrando pelos meus olhos,
onde o voo das mariposas acontecia.
Já foi jardins coloridos , orvalho de mel,
risos, promessas de amor...fantasia!
Mas agora, a manhã é desencanto...
Tem dedos longos e frios,
e as palmas das mãos vazias de nós,
contorcendo-se numa nudez inconformada!...
Tece com dor os fios da claridade,
que , teimam em tocar o meu corpo gélido...
Sereia de coral branco , definhando nas rochas,
entre restos de algas, e conchas azul-água.
Que as marés da saudade me levem,
para longe...bem longe!
Para essa distância da paixão separada,
onde deslizam as últimas lágrimas ,
mergulhando no abismo suicida,
de um poema inacabado...
Celebre-se o esquecimento,
que tudo termine ali!...
Porque sem ti,
não existe mais (a) manhã...
@Margusta
02/02/2009
Poema apresentado nas Noites de Poesia em Vermoim em 07/02/2009.
Tema " manhã"